quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A TORRE




“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos para ver se tem com que a acabar?” – Jesus – Lucas, 14:28.



Constitui objeto de observação singular as circunstâncias do Mestre se referir, à essa altura dos ensinamentos evangélicos, à uma torre, quando deseja simbolizar o esforço de elevação espiritual por parte da criatura.
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        A torre e a casa são construções muito diversas entre si.
        A primeira é fortaleza, a segunda é habitação.
        A casa proporciona aconchego, a torre dilata a visão.
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        Um homem de bem, integrado no conhecimento espiritual e praticando-lhe os princípios sagrados está em sua casa, edificando a torre divina da iluminação, ao mesmo tempo.
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        Em regra vulgar, porém, o que se observa no mundo é o número espontâneo de pessoas que nem cuidaram ainda da construção da casa interior e já falam calorosamente sobre a torre, de que se acham distantes.
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        Não é fácil o serviço profundo da elevação espiritual, nem é justo apenas pintar projetos sem intenção séria de edificação própria.
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        É indispensável refletir nas contas, nos dias ásperos de trabalho, de autodisciplina.
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        Para atingir o sublime desiderato, o homem precisará gastar o patrimônio das velhas arbitrariedades e só realizará esses gastos com um desprendimento sincero da vaidade humana e com excelente disposição para o trabalho da elevação de si mesmo, a fim de chegar ao término, dignamente.
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        Queres construir uma torre de luz divina?
        É justo. Mas não comeces o esforço, antes de haver edificado a própria casa íntima.


(De “Alma e Luz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)
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