“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se
assenta primeiro a fazer as contas dos gastos para ver se tem com que a acabar?”
– Jesus – Lucas, 14:28.
Constitui objeto de observação
singular as circunstâncias do Mestre se referir, à essa altura dos ensinamentos
evangélicos, à uma torre, quando deseja simbolizar o esforço de elevação
espiritual por parte da criatura.
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A
torre e a casa são construções muito diversas entre si.
A
primeira é fortaleza, a segunda é habitação.
A
casa proporciona aconchego, a torre dilata a visão.
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Um
homem de bem, integrado no conhecimento espiritual e praticando-lhe os
princípios sagrados está em sua casa, edificando a torre divina da iluminação,
ao mesmo tempo.
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Em
regra vulgar, porém, o que se observa no mundo é o número espontâneo de pessoas
que nem cuidaram ainda da construção da casa interior e já falam calorosamente
sobre a torre, de que se acham distantes.
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Não
é fácil o serviço profundo da elevação espiritual, nem é justo apenas pintar
projetos sem intenção séria de edificação própria.
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É
indispensável refletir nas contas, nos dias ásperos de trabalho, de
autodisciplina.
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Para
atingir o sublime desiderato, o homem precisará gastar o patrimônio das velhas
arbitrariedades e só realizará esses gastos com um desprendimento sincero da
vaidade humana e com excelente disposição para o trabalho da elevação de si
mesmo, a fim de chegar ao término, dignamente.
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Queres construir uma torre de luz
divina?
É
justo. Mas não comeces o esforço, antes de haver edificado a própria casa
íntima.
(De “Alma e Luz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo
Espírito
Emmanuel)
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