O mundo é um conglomerado de pessoas de todos os tipos,
de todas as raças, crenças, filosofias, educação, moral etc. Cada uma dessas
pessoas concorre para o bem ou o mal do mundo, porque os pensamentos, as emoções
e os atos individuais refletem-se no mundo inteiro.
Isto
certamente nos convidará a proceder dentro de uma norma de vida capaz de
concorrer para melhorar o mundo.
Se
cada um assumisse o compromisso de se vigiar, de observar o que sente, pensa ou
faz, procurando dar um passo firme para diante, por certo, em breve, teríamos
uma terra diferente.
Para
isso precisamos de muita compreensão, boa vontade e espírito de
colaboração.
Nosso
velho egoísmo, porém, só nos permite ver nosso bem-estar, esquecidos do
infortúnio alheio, desamparado e incompreendido. É cada um por
si.
Se
procurássemos acertar, sem dúvida seria uma ajuda imensa no auxílio coletivo e
universal.
O
homem ainda se afoga na lama das paixões rasteiras e combate pela posse do que
considera seu de direito, esquecido dos direitos
alheios.
Enquanto permanecermos escravizados ao desejo de posse,
não conheceremos a verdadeira paz interior; e a felicidade com que tanto
sonhamos será para nós fugidia e nos deixará entregues a desenganos e
decepções.
Ninguém consegue galgar a montanha da perfeição,
carregando o fardo de ilusões do mundo. “Deixa tudo o que possuíres e segue-Me”,
disse Jesus. Deixar tudo e abandonar-se aos cuidados d’Aquele que tudo sabe,
tudo pode e que jamais abandona seus discípulos porque os seus verdadeiros
discípulos não levam senão a túnica da simplicidade e seu farnel é o do amor,
que distribuem com os famintos da estrada. Seu cajado é a fé e sua bússola a
esperança.
Quem
assim galga a montanha, de lá contempla feliz as flores cuja semente espalhou no
caminho: e aos seus sentidos lhe chegam o perfume e as bênçãos pelo bem que
semeou.
Não
esperemos que os outros se tornem responsáveis. Sejamos os primeiros a assumir a
responsabilidade que nos é indicada. A soma de unidades resulta em quantidade, e
se a quantidade contiver a substância da qualidade, eis um nobre conceito de
trabalho.
(De “Vem!...”, de Cenyra
Pinto)
__._,_.___